
A situação política dos últimos anos no Brasil, contribuiu para que muita coisa que estava adormecida na sociedade tupiniquim aflorasse. Jornais, revistas e canais de televisão que sempre pertenceram às famílias tradicionalmente ricas e dominantes optaram por impedir toda e qualquer possibilidade de mudança e crescimento na vida da população mais pobre do país, atacando desmensuradamente toda e qualquer pessoa que levantasse bandeira ou proferisse discurso em prol dos menos favorecidos. E assim se criou, fomentou e se resumiu a sociedade brasileira entre “coxinhas” e “petralhas”.
O auge desse jornalismo de guerra resultou na deposição da presidenta Dilma Rousseff com o apoio da ampla maioria dos congressistas brasileiros. A efetiva participação dos poderosos grupos de mídia do país se deu da mesmíssima forma como ocorrera quando do apoio ao golpe de 1964. Até mesmo o discurso usado na época voltou com a mesma significação; no entanto vazio e desacreditado, graças ao “fator Internet”, que acabou por possibilitar a veiculação de um discurso muito diferente do discurso jornalístico “chapa branca”.
O auge desse jornalismo de guerra resultou na deposição da presidenta Dilma Rousseff com o apoio da ampla maioria dos congressistas brasileiros. A efetiva participação dos poderosos grupos de mídia do país se deu da mesmíssima forma como ocorrera quando do apoio ao golpe de 1964. Até mesmo o discurso usado na época voltou com a mesma significação; no entanto vazio e desacreditado, graças ao “fator Internet”, que acabou por possibilitar a veiculação de um discurso muito diferente do discurso jornalístico “chapa branca”.
O jornalismo levado a cabo pelos grandes grupos de mídia no Brasil reproduziu por aqui a mesma estratégia que havia sido posta em prática na Argentina, quando o aparato de comunicação daquele país se comprometeu a derrubar o governo de então. Na ocasião, um importante jornalista argentino denominou esta prática “jornalística” de “jornalismo de guerra”. Por aqui, a mídia nativa não poupou esforços para sangrar o governo eleito democraticamente e, assim, colocar em seu lugar quem bem quisesse, não dando a mínima para a vontade soberana das urnas. Uma pergunta que se faz é: “quarto poder” não seria uma denominação muito ingênua para uma imprensa com tanto poder?
É claro que nem de longe se defende qualquer ação que coíba ou limite a liberdade de imprensa, bem como a liberdade de expressão. Contudo, muitos jornalistas optaram por ficar calados e fazer “cara de paisagem”, enquanto vários dos seus colegas estavam/estão sendo cerceados e perdendo seus empregos por defenderem a democracia. Como se sente o jornalista que trabalha para uma empresa que tem apoiado sucessivos golpes contra a democracia, contra a liberdade e os direitos do seu povo? Sobre que tipo de assunto pode esse “profissional” discorrer? Como acreditar nas informações que transmite?

Aqui, o contraponto se deu pelo compromisso jornalístico dos blogs, mais do que rapidamente taxados de “blogs sujos”. Foi por intermédio de alguns Jornalistas (com “J” maiúsculo), que tinham migrado para a blogosfera, que a informação acerca do que ocorria/ocorre no país assumiu um caráter de criticidade jamais visto na história desse país. O trabalho desses blogueiros difere em muito daquele que tem sido apresentado pela grande imprensa, primeiramente pela qualidade da maioria dos textos que apresentam. Enquanto os grandes jornais e revistas semanais, com raríssimas exceções, têm publicado textos sofríveis, de fazer corar um bom aluno de ensino fundamental, os “blogs sujos” prezam pela excelência da escrita. E isso, para um jornalismo responsável, deveria ser uma questão sine qua non.
Além disso, os blogs são uma alternativa à grande mídia, uma vez que questionam a versão oficial dos fatos, mostrando muito daquilo que os poderosos donos dos meios de comunicação gostariam de esconder. Como muitos blogueiros não recebem dinheiro público, ao contrário dos grandes jornais e revistas, seu único compromisso tem sido com a informação. Por isso mesmo, acabaram por se tornar inimigos declarados dos conglomerados de mídia, bem como da classe política que defende a manutenção de uma história única, repetida infinitamente.
O bom e velho jornalismo brasileiro está mortinho da silva. Em seu lugar, algo que mistura desinformação e entretenimento fútil invade os lares dos incautos e desprevenidos, resultando em rios e mais rios de dinheiro, conseguido à custa daqueles que só conseguem dizer “amém” e reproduzir as asneiras que lhes são sopradas todos os dias por um idiota útil, com uma caneta ou um microfone na mão.
E nessa ciranda grotesca, este jornalismo de guerra não surtiria efeito se não pudesse contar com o apoio incondicional da ignorância política, das sombras, das forças e das togas. Como escapar à armadilha? A blogosfera é bem ali e está à distância de um clique.
E nessa ciranda grotesca, este jornalismo de guerra não surtiria efeito se não pudesse contar com o apoio incondicional da ignorância política, das sombras, das forças e das togas. Como escapar à armadilha? A blogosfera é bem ali e está à distância de um clique.
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