Os Rolling Stones anunciaram em entrevista publicada no jornal Los Angeles Times que a canção “Brown Sugar”, uma das mais famosas da banda, foi retirada da turnê americana No Filter por fazer referência à escravidão, ao estupro, ao machismo, à violência e às drogas.
Descontente com o fato, o
guitarrista Keith Richards respondeu. “Vocês não perceberam que essa música
fala dos horrores da escravidão? Estão tentando enterrá-la. Por enquanto, não
quero ter problemas com toda essa merda, mas espero que possamos ressuscitar
essa beleza em toda a sua glória nesta turnê”, disse.
O cantor Mick Jagger, por sua
vez, afirmou: “Tocamos ‘Brown Sugar’ em todos os nossos shows desde 1970, e às
vezes dizemos: ‘Vamos retirar [essa canção] e ver que acontece’. A lista de músicas
para uma turnê em estádios é complicada.’”
A turnê foi lançada nos EUA em
2017, mas precisou ser suspensa devido à pandemia. Foi retomado no mês passado
para oferecer os últimos 13 shows.
A letra de “Brown Sugar” faz
alusão à tortura e à exploração sexual à qual foram submetidas as mulheres
afro-americanas nas plantações de algodão. “Barcos negreiros na costa de ouro
com destino aos campos de algodão/Vendidos no mercado na cidade de Nova
Orleans/Velhos traficantes de escravos com cicatrizes sabem que estão fazendo
isso bem/Ouça-os açoitando as mulheres ao redor da meia-noite”.
O próprio Jagger, que em certas
ocasiões mudou a letra nos shows, chegou a afirmar em entrevista, em dezembro
de 1995, à revista Rolling Stone. “Só Deus sabe do que estou falando nessa
música! É uma confusão com todas as coisas desagradáveis ao mesmo tempo… Não
pensei naquele momento. Nunca voltaria a escrevê-la… porque provavelmente eu
mesmo me censuraria. Pensaria: Oh Deus, não posso. Tenho que parar. Não posso
escrever coisas tão bisonhas como essa.” Jagger já censurou o título da
composição, que faz referência a um cunnilingus e que inicialmente se chamava
Black Pussy.
Fonte:
https://revistaforum.com.br/cultura/rolling-stones-deixam-de-tocar-brown-sugar-por-referencias-a-exploracao-sexual-de-escravas/
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