quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

BRAZIL: UM PAÍS INSULAR PARA POLÍTICOS PECULIARES

O Brazil é um caso sério. Na verdade, um caso seríssimo, que deixaria o próprio doutor Freud de cabelos em pé. Trata-se de um lugar onde não há nenhum apreço pela ética ou pela moral. Ao contrário, a cretinice e a hipocrisia se apoderam dos seus mais recônditos cantos, enquanto os três poderes, oficialmente constituídos chafurdam na lama da descrença, da corrupção e do desgoverno. Tal situação se acentuou bastante, quando a chefe política da Ilha, escolhida por mais da metade dos nativos, foi apeada do cargo de líder supremo por uma corja de opositores políticos, inconformados com a inserção de nativos menos favorecidos na partilha dos bens produzidos pela Ilha.

Para que não incorramos em interpretações equivocadas, referimo-nos aqui, obviamente, ao Brazil (favor não confundir com Brasil) que, conforme o Dicionário de lugares imaginários (2003), organizado por Alberto Manguel e Gianni Guadalupi, é uma ilha na mesma latitude do sul da Irlanda. A origem do nome, afirmam os autores, talvez seja gaélica, tendo em vista que a palavra Bresail designa um semideus pagão e as sílabas Bres e ail denotam admiração. O Brazil consiste em um grande anel de terra em torno de um mar interior pontilhado de ilhotas. O mortal comum não pode vê-la e somente uns poucos escolhidos foram abençoados com a visão de Brazil.

As informações que nos são apresentadas por Manguel e Guadalupi foram primeiramente disponibilizadas por Angelinus Dalorto, em l’Isola Brazil, publicado em Gênova, no ano de 1325. Feitas as devidas considerações a respeito da terra a que todos chamam Brazil, podemos tentar compreender como “aos trancos e barrancos, o Brazil deu no que deu”.

Pois bem. Além do aspecto insular do Brazil, o que não o ajuda muito, chama bastante atenção a seu respeito as imensas plantações de bananas, bem como a mansidão e o conformismo do seu povo; o que contribuiu para que passasse a ser conhecido no Continente como República de Bananas. Seu nome oficial, no entanto, é EURB – Estado Universal do Reino de Bresail. O nome é por causa do semideus Bresail, em honra do qual se erigiu uma estátua gigantesca no coração da ilha, de frente para uma baía, a qual o antropólogo Claude Lévi-Strauss disse parecer uma boca banguela.

Outro visitante, não menos curioso que Lévi-Strauss, chegou a dizer, inclusive registrar em livro, que o Brazil era o país do futuro. O que não disse, no entanto, foi que no Brazil tudo era evanescente, uma vez que os brazilheiros tinham uma memória de curta duração. Isso, certamente, os deixava em uma situação muito delicada, pois nem sempre costumavam lembrar-se daqueles que lhes haviam tomado seu dinheiro e cassado seus direitos individuais.

Meia dúzia de famílias controla todos os meios de comunicação da ilha, cabendo-lhes fazer com que os nativos creiam apenas naquilo que se deseja que creiam. Assim, é bastante comum ver esses nativos reproduzindo discursos alheios aos seus.

Muito embora o Brazil finja ser uma unidade sócio-político-cultural, na prática o que se observa é uma sociedade pautada pela discriminação, o preconceito, a estupidez e o ódio. Alguns pesquisadores insistem em afirmar que nem sempre foi assim. Dizem até que o nativo brazilheiro já foi conhecido pelo epíteto de “cordial”, tese que se mostra difícil de provar atualmente.

No que diz respeito à estratificação social, observam-se inúmeras classes. Nesse contexto, se destaca a classe dos políticos, por estarem no poder desde a conquista da ilha pelos inuites. Desde então, seu modus operandi não se modificou, sendo pautado pela extrema exploração dos nativos de segunda classe, objetivando sempre o enriquecimento do 1% mais rico da Ilha. Os políticos peculiares do Brazil costumam votar (apenas por questões formais, pois não dão a mínima para o que o povo acha ou deixa de achar) suas leis e executar suas tenebrosas transações durante a madrugada, enquanto dorme a Ilha, tão distraída, sem nem ao menos sonhar que está sendo subtraída.

No Brazil, um político é tão confiável (existem exceções, claro) quanto uma nota de três Olivas (a cédula de menor valor na Ilha é a de 2 Olivas, moeda que está em circulação na Ilha desde 1964 ). Isso provavelmente se dá, pois, mesmo sendo os políticos mais bem pagos do arquipélago, constituem uma vergonha enquanto representantes do povo que os escolhem. É bem certo que não agiriam dessa maneira se não contassem com o apoio do clã dos togados ou da associação dos patos amarelos minguados; por exemplo.

Seja como for, a Ilha está “à deriva”. Não se escutam mais os tambores que bateram intensamente contra o governo democrático da Ilha. Quase tudo é silêncio. Agora dificilmente se vê alguém trajando camisas da Seleção Brazilheira de stand up comedy, o esporte nacional, pelas principais avenidas da Ilha. Há somente um abismo de silêncio e desesperança.

Enquanto dormem, não sabem os nativos, que o pior ainda está por vir. Pois no Brazil, todo dia é dia de maldade.